sábado, 30 de maio de 2009

O desejo e o prazer.

O desejo e o prazer são irmãos ardentes. O desejo coroado de flores sombrias. O prazer coroado de flores vivas. O desejo com seu olhar penetrante, lábios cerrados e mão que procuram. O prazer com seu olhar afogado, os lábios abertos e as mãos que agarram. Recordo-me de um adolescente esbelto como um sabre, belo como a vitória. Recordo-lhe o dorso musculoso, o tórax largo e os olhos incendidos. Ele andava numa noite sem lua, silencioso e encolhido; ele andava numa noite sem lua, silencioso como o desejo, encolhido como o ódio.
Lembro-me também de uma jovem que se oferecia ao vento da manha num terrraço de Córdoba. Lembro-me bem da sua cabeça virada e de seus dentes luminosos. Era silenciosa como o desejo, mas desabrochada como o amor.

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